Capa da primeira edição americana. |
Essa
história tem uma peculiaridade interessante, ela narra os contos nórdicos do
Thor mitológico com o design e aparência do Thor da Marvel. Você percebe isso
pela falta de detalhes (acredite, isso não é um defeito) em alguns
acontecimentos, que dá a impressão de que é alguém que está narrando para a
gente.
Originalmente
ela não foi publicada como uma minissérie segmentada, ela foi publicada em três
títulos one-shot, que na época, você poderia muito bem comprar um e não sentir
falta do outro, usar apenas como uma leitura descompromissada, porém os três
juntos fazem mais sentido do que separados. Irei narrar brevemente o que ocorre
em cada uma das edições, porém sem revelar seu final, deixo-os para curiosidade
de vocês leitores.
Seguindo a
ordem, a primeira história narra um conto de muito antes do “Pai de Todos”
posicionar Heimdall nos portões da cidade para guarda-la, logo, Asgard é
surpreendida por um ataque de gigantes de gelo vindos de Jotunheim, há uma
batalha entre os deuses e os jotun, que obviamente o panteão da cidade divina,
liderados por Thor vencem, mas não sem causar grande dando a capital dos
deuses, um dos muros que cerca a cidade foi completamente destruído e eles
temem uma invasão mais poderosa vinda daquela região.
As histórias se passam muito antes de Thor ser banido para Midgard, olha a vida de rei que ele levava. |
Logo dos
horizontes de Midgard (a Terra para nós), aparece um pedreiro com seu cavalo e
algumas ferramentas, ele se oferece aos deuses para trabalhar na reconstrução
do muro, em troca ele pede somente uma coisa, a mão da deusa Iduna (Encantor)
em casamento. Loki como uma cobra que sempre foi, fala para o pai aceitar porém
impor-lhe regras pesadas e um curto prazo pra que ele o termine, senão, mesmo
acabado o reparo da muralha, ele não teria a mão da deusa, há um plot twist
bastante simples ao final dessa história.
Descendo o sarrafo num Jotun. |
No segundo capitulo
é brevemente contada a função de Iduna em Asgard, ela é a responsável por
colher os frutos dourados das arvores que alimentam os deuses, sem ela a fome
assolaria a cidade sagrada, pois somente suas mãos podem tocar as frutas
sagradas, quaisquer outras mãos, mesmo que de deuses toquem os frutos, eles
caem e apodrecem. Loki é mostrado exilado, ele vaga sozinho e com fome por um
deserto gélido e sem vida, o frio está até os ossos, até que ele recebe a
visita de uma águia que zomba da sua situação, o semideus manda-a calar-se, porém
a mesma continua a tirar uma com sua cara até perceber que está chutando
cachorro morto e então lhe oferece um acordo, a Águia o alimentaria e o levaria
de volta até os portões de Asgard sem esforço algum, mas em troca Loki teria de
convencer Encantor a ser sua esposa. O meio-irmão de Thor não pensa duas vezes
e aceita o contrato, ao chegar em Asgard ele chama Iduna para um passeio fora
dos limites da cidade com a desculpa de que somente ela poderia colher um fruto
que está no alto de uma montanha, ao chegar ao topo ele revela seu verdadeiro
plano, a Águia era um gigante de gelo que prende Iduna e a toma como esposa de
forma forçada. Asgard é tomada por uma grande fome, até que Odin convoca Thor
(que atende seu pedido a contra gosto) e vai em busca da deusa.
Três anões tiveram a sorte que Odin nunca teve. Ah sortudos! |
Encantor (ou Iduna), dá pra entender porque todo mundo a quer. |
Como dito no
inicio dessa breve resenha, esses são contos nórdicos do Thor mítico travestidos
graficamente com Thor do universo Marvel, a meu ver essas histórias não são canônicas,
não fazem parte da cronologia dentro do universo regular da editora, podem ser
lidos despretensiosamente, não é necessário ter um conhecimento prévio sobre o
personagem e seu universo para entender o que se passa, a falta de detalhes
entre a trama não atrapalha nem compromete a leitura, na verdade até acrescenta
aquele ar de conto passado por gerações até está na forma em que está em suas
mãos quando vai ler. No final desse mini encadernado ainda há um “What if...”
do que aconteceria se o Thor fosse arauto de Galactus, não é pra levar a sério.
Thor – A Era
do Trovão foi originalmente publicada em três edições separadas, elas são
respectivamente: “Thor – Ages of Thunder”, “Thor – Reign of Blood” e “Thor –
Man of War”, todas com roteiro de Matt Fraction e arte de Patrick Zircher,
Khare Evans, Clay Mann, Victor Olazaba e June Chung. No brasil ela foi
publicada em na revista Marvel Especial #15 em setembro de 2009.
Leia também:
Sin City - A Cidade do Pecado
Monstro do Pântano - Batalha pelo Verde
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